SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO BARRIL DE ALVA: FONTES: ”AIACO” - A COMARCA DE ARGANIL- GENI.COM - CLARINDA GOUVEIA - P. ANTÓNIO DINIS - - “ECOS DO ALVA” – U.P.B.A.

sábado, 4 de junho de 2022

Meninas ao bufete


Havia o “mandador” e o tocador de guitarra.
Os homens pagavam a entrada para o baile, as senhoras, não, quando acompanhadas – é o que as pessoas daquele tempo, de boa memória, recordam.
A mãe Natália pedia ao Américo “cigarrada”, nosso vizinho, para “…levar o miúdo”, caso fosse ao bailarico. O miúdo, é bom de ver, era eu, com falta de jeito para a arte da dança, ao contrário da Tété, menina da minha idade (oito, nove anos?).
Às vezes, a Tété, danada para a brincadeira, puxava-me o braço…
- Anda, vamos dançar – e “rebocava-me” para ao meio da sala…
Apertos e “pés trocados” durante algum tempo era o bastante para voltar ao lugar de onde apreciava o gingar dos pares…
Sem talento para acertar o passo, “aquele baile” não era do meu agrado, confesso…
O “meu baile” preferido tinha música ao vivo e a voz do “mandador”, que “dava ordens” aos dançarinos: “vira para a esquerda, vira para a direita… voltinha atrás de voltinha…”- toda a gente cumpria as regras do “baile mandado” com sorrisos e, acredito, felizes pela festa.
… O melhor de tudo era quando o “mandador/mandava” as…
- Meninas ao bufete!
Era o momento dos bolinhos secos e molhar a garganta, dançarinos e público em geral, eu incluído.
- Ó Américo, olha-me pelo miúdo, compra-lhe um bolo, depois eu dou-te o dinheiro - era a mãe Natália nos seus cuidados…
-
A guitarra do “baile mandado” daquele tempo, durante largas décadas, esteve na posse dos “Bernardos”- agora repousa em cima da minha mesa, à espera de outro Bernardo - o Avelino -, que lhe vai “puxar o lustro”.
… Depois irá ocupar um dos lugares de honra da “Casa/Museu”.
Gratidão ao Armando Bernardo pela gentileza do gesto…
CR