SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO BARRIL DE ALVA: FONTES: ”AIACO” - A COMARCA DE ARGANIL- GENI.COM - CLARINDA GOUVEIA - P. ANTÓNIO DINIS - - “ECOS DO ALVA” – U.P.B.A.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

AABA: "chegou o carteiro"



Como barrilense  e  “decorador da montra” que é a Casa/Museu, onde se guardam memórias - das que se perdem no tempo se não forem preservadas em letra de forma, ou através de imagens sentimentais, de uma ou outra peça de culto, ou como personalidades de reconhecido gabarito sem as quais a minha aldeia nunca teria passado de um “sítio” sem merecimento no mapa de Portugal - decidi por conta própria divulgar o singelo espaço museológico, inaugurado no passado dia 24 de Julho, essencialmente junto de duas “famílias”: a barrilense e a comunidade AABA.
A maioria dos Autocaravanistas Amigos do Barril de Alva, permanece fiel ao gosto de viajar, embora ausente (?) da “casa mãe”. Tentar o seu regresso, ainda que esporádico, fez com que ativasse a “distribuição de correio, porta a porta”…
No topo da missão a que me proponho, não com a frequência de outros tempos e sem qualquer interferência na gestão da ASA local (da competência da União das Freguesias de Coja e Barril de Alva), “ faço de carteiro”, escrevo e envio “cartas”- cartas “amorosas”, é bom de ver, dado que o assunto é - será! – o Barril de Alva, “…no desejo de melhorar a terra onde nascemos, que é, para os nossos olhos, muito diferente das outras” - Alberto Martins de Carvalho, “irmão” barrilense, nas décadas de 20 e 30 do século passado um dos grandes vultos intelectuais de Coimbra, privando com nomes como Miguel Torga (a quem apresentou Fernando Vale), Paulo Quintela, Vitorino Nemésio, José Régio e outros.
Na verdade, aos olhos da alma, a nossa terra “é sempre a mais bonita e melhor” do que qualquer outra...
Volto a Alberto Martins de Carvalho, patrono da Biblioteca de Coja.
Em 1934, escreveu no Jornal "A Comarca de Arganil", um artigo que intitulou "Uma Terra da Beira", a propósito do desenvolvimento do Barril Alva, de onde respigo uma pequena parte:
“…porque me falta o à vontade ao escrever sobre Barril d’Alva, coisa parecida a lançar a público um autoelogio…
Salva-me em parte o facto de haver lá, como noutras povoações, um grupo de homens dedicados e voluntariosos que se deram o encargo de tornar conhecido o que há de bom, o que se faz, o que deve ainda fazer-se.
Esse “Secretariado de Propaganda Local” poupa-me o trabalho ingrato de contar – melhor seria dizer “cantar”… - as belezas e superioridade desta aldeia ribeirinha do Alva. Muito louvavelmente se vão desempenhando de tal missão e reconheço que a gratuidade dos seus esforços não é isenta de sacrifícios, de dissabores”. *
- ”Quem faz o pode, faz o que deve”, repetia vezes sem conta o mestre Fernando Vale.
… e é “isto”, o assunto desta “carta”.

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Calbertoramos