SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO BARRIL DE ALVA: FONTES: ”AIACO” - A COMARCA DE ARGANIL- GENI.COM - CLARINDA GOUVEIA - P. ANTÓNIO DINIS - - “ECOS DO ALVA” – U.P.B.A.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

"Saudação ao Barril"


 A marcha  com que  a nossa  Filarmónica   honra a terra onde nasceu, foi criada pelo  mestre  João Martins Vinagre  e intitula-se  "Saudação ao Barril". O documento  em anexo é original  e faz parte do espólio de um  antigo músico da nossa Banda.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

As capelinhas

Em 1721, no Barril, estavam de pé três ermidas: duas delas erguidas em montes sobranceiros ao rio, e a terceira bem no centro do pequeno povoado.
…Sobre a localização das ermidas em honra de Santa Maria Madalena e Santo Aleixo:
- Não guardariam elas, as ermidas, os santos da devoção dos “senhores da Casa do Barril (Quinta de Santo António),"donos de terras até ao rio”?
Lá dos altos, descansa-se o olhar sobre a paisagem e adivinham-se as sementeiras, que as águas do Alva faziam crescer… com a “ajuda dos santos protetores”!
 

- Quem ordenou a construção das duas ermidas em locais relativamente remotos, mas com vistas largas?
- Os senhores da Quinta, certamente...
O povoado, junto da ermida de S. Simão, cresceu com a Quinta de Santo António, servida por uma capelinha privada (em honra do santo padroeiro da Quinta?).
Em redor das outras duas, não muito distantes da terceira, onde se acredita ter nascido o Barril, surgiram outros polos residenciais.
O Barril de Alva é formado pelo conjunto dos três casais - em tempos idos, para que as pessoas fossem identificadas com os locais de residência, bastava anunciar o “seu casal”: 
- Cimeiro, do Meio, ou Fundeiro.

sábado, 25 de junho de 2022

Últimos "senhores da Casa do Barril"


 Figuras principais com vínculo ao Barril a partir de 1753

- Luís Marques de Sequeira, natural de Vila Cova foi capitão-mor da dita vila. Faleceu em 21 de novembro de 1757.

Foi casado com D. Maria Madeira de Sequeira, em primeiras núpcias, e a segunda vez com D. Engrácia Luísa Freire Faria Geada, natural de Folques.

...

Do segundo casamento nasceu no Barril em 21 de janeiro de 1753, (existe outra referência que aponta Vila Cova de Sub – Avô)

- Bento José Freire de Faria Geada; como seu pai, foi capitão-mor de Vila Cova e morreu em 22 de outubro de 1832. Teve brasão de armas dado por D. Maria em 8 de novembro de 1785. Foi casado com  D. Isidora Bernardo Joaquim de Abreu, natural de Paranhos, concelho de Seia.

Ambos eram herdeiros do Vínculo do Barril (Quinta de Santo António).

Quando casaram foram residir na Quinta de Santo António, deixando a sua casa de Vila Cova.

O filho,   dr. José Freire de Faria Sequeira Coelho, também foi capitão-mor de Vila Cova e morreu em 1855. Foi casado com D. Maria do Carmo de Sampaio de Albuquerque, natural de Tourais, concelho de  Seia. Após o casamento Foram residir para a casa dos seus pais na Quinta de Santo António em maio de 1831.

- D. Maria José Freire Cortês de Carvalho e Albuquerque, filha do casal, senhora do Vínculo da Quinta de Santo António, nasceu em 1822,  no Barril,  e faleceu  a 13 de Fevereiro de 1890 - em Folques. Foi casada com seu primo em segundo grau José Monteiro de Abreu Lopo, natural de Casais do Campo, São Martinho do Bispo, Coimbra. Esta senhora foi viver para Folques quando o seu filho, José Freire de Carvalho e Albuquerque, se casou e ficou a residir na Quinta de Santo António.

- José Freire de Carvalho e Albuquerque foi pessoa de prestígio no concelho de Arganil, como nobre fidalgo e pelas qualidades do seu caráter. Exerceu as funções de Presidente da Câmara do concelho em 1903. Nasceu no dia 8 de abril de 1839, e faleceu em 4 de janeiro de 1916. Foi casado com D. Maria Emília Freire de Amorim Pacheco, do Sarzedo.

Do casamento nasceram dois filhos:

- António Freire de Carvalho e Albuquerque, nasceu na Casa do Barril a 29 de dezembro de 1892, e faleceu em Lourenço Marques, Moçambique, a 7  de janeiro de 1968. Foi o último senhor da “Casa do Barril”/Quinta de Santo António. 

- José Monteiro de Carvalho e Albuquerque, nasceu na Casa do Barril a  9 de janeiro de 1867, e faleceu a 1  de outubro de 1929 na Casa  do Boiço, Oliveira do Conde.

* Foi o fundador da Filarmónica Barrilense em 1894.

* No 12 de julho de 1931 foi inaugurado o “Cine Teatro Barril de Alva”, criado e mantido por si.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Onde "nasceu" o Barril (de Alva)?

 Dois dedos de conversa...



Uma teoria, simplesmente…
A curiosidade, parceira da paciência, clicou nas teclas onde lhe pareceu existir fartura de “pescado”, que era pouco, como acontece com a diversidade das espécies piscícolas do Alva (Alba, ou Albul,), o rio que nos sacia a sede, é atração turística e fronteira de territórios.
No entender de alguma lógica, amadurecida pela leitura de muitas estórias - das que a História se apossa sem regras, entre lendas, especulações e meias verdades -, “a minha teoria” sobre a origem do lugar do Barril reside na margem direita do rio Alva - no Urtigal!

Sem balelas …
O sítio do Urtigal, bem localizado para servir a população de Vila Cova, que foi de Sub - Avô, com acesso facilitado pela largueza do leito do rio, a jusante do açude, faz acreditar que o local teria sido uma verdadeira “zona industrial”, transformando cereais em farinha e azeitonas em azeite - sem esquecer a caça e a pesca, abundantes e variadas…
O moleiro, responsável pelo bom funcionamento dos engenhos, tinha casa de habitação com dois pisos e razoável conforto - na aldeia ainda há memória de quem por lá mourejou e criou filhos...

Apenas uma lenda (ou não)
A lenda do moleiro reforça a minha teoria. Recordemos “o que se dizia por aí”:
- “Reza a estória de passa palavra que, certo dia, o rio Alva teve uma grande cheia. Um moleiro, ao reparar que as águas arrastavam barris de vários tamanhos, com a ajuda de uma vara conseguiu arrastá-los para a margem.
Nesse ano, a produção de vinho foi de tal modo elevada que as pessoas esgotaram o vasilhame e recorreram ao moleiro, com quem fizeram negócio. Por essa razão, passou a ser conhecido pelo “moleiro do barril”!
Possivelmente, a lenda tem como protagonista o moleiro do Urtigal...

Continuando a especular…
…sobre um tempo sem referências de autenticidade, quero acreditar que o lugar do Barril “nasceu” com a propaganda desta lenda… depois de um familiar do “moleiro do barril”, ou o próprio, talvez tomado de amores por certa dama de Vila Cova, ou das vizinhanças, ter caminhado pela margem direita do rio, na direção da foz, até encontrar um local “encantado”, não muito longe da “zona industrial”, para construir o seu “ninho”…
A voz do povo, creio, passou a identificar o lugar pela memória do negócio do moleiro, como reza a lenda. Ficou Barril, e não se fala mais nisso!
- Na minha romântica imaginação, a estória deve ter acontecido nos primórdios da ascensão de Vila Cova de Sub – Avô, terra fidalga, com História digna de ser conhecida, quanto mais não seja para que possamos encontrar alguns dos nossos passos a caminho da independência administrativa, consumada no ano de 1924.

De volta ao Urtigal e ao Barril
A área constituída pela habitação familiar do moleiro, terras de cultivo e instalações industriais, em dada altura, passou a ser conhecida como Quinta do Urtigal – é este o topónimo que consta no arquivo do antigo Cartório Paroquial de Vila Cova de Sub – Avô, de onde o saudoso padre Januário extraiu preciosas informações.
Convém não esquecer que o lugar do Barril e toda a zona ribeirinha estiveram sobre a alçada administrativa de Vila Cova durante muitos, e muitos anos.
Em 1721, no Barril, estavam de pé três ermidas: duas delas erguidas em montes sobranceiros ao rio, e a terceira bem no centro do pequeno povoado.
Permito-me especular de novo, agora sobre a localização das ermidas em honra de Santa Maria Madalena e Santo Aleixo:
- não guardariam elas, as ermidas, os santos da devoção dos “senhores da Casa do Barril, donos de terras até ao rio”? Lá dos altos, descansa-se o olhar sobre a paisagem e adivinham-se as sementeiras, que as águas do Alva faziam crescer… com a “ajuda dos santos protetores”!
Quinta do Urtigal 
A casa  do moleiro na encosta e as
 rodas (2) dos engenhos
- Quem ordenou a construção das duas ermidas em locais relativamente remotos, mas com vistas largas?- Os senhores da Quinta, certamente...
O povoado, junto da ermida de S. Simão, cresceu com a Quinta de Santo António, onde existia uma capelinha (em honra do santo padroeiro da Quinta?).
A devoção religiosa dos senhores da "Casa do Barril" não merece  dúvidas...
Em redor das outras duas ermidas, não muito distantes da terceira, onde se acredita ter nascido o Barril, surgiram outros polos residenciais. O Barril de Alva é formado pelo conjunto dos três casais – em tempos idos, para que as pessoas fossem identificadas com os locais de residência, bastava anunciar o “seu casal”: Cimeiro, do Meio, ou Fundeiro.

Agora…
O registo toponímico de 2013 atualizou os nomes das ruas, largos e caminhos, novos casais, ou bairros, além de atribuir os números de polícia a todos os imóveis, como mandam as Leis e o progresso exige.
Em resumo: “dois dedos de conversa” não alinhavaram grande coisa sobre as raízes do povo de onde venho através do sangue de Joaquim Pereira, o moleiro, com “oficina” na Picota – fica a intenção.
C.R.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Barril de Alva - "Uma Terra da Beira"

"Uma Terra da Beira" - artigo escrito pelo  dr. Alberto Martins de Carvalho  e publicado em 1934  no Jornal "A Comarca de Arganil", a  propósito  do desenvolvimento  do Barril Alva.
Pela leitura, o reconhecimento da obra feita  "... com verdade e justiça..." - palavras  do autor,   barrilense  ilustre, como outros  dos nossos patrícios,  de acordo com as suas qualidades e competências...
Vale a pena interiorizar a prosa   para que possamos valorizar o  legado dos nossos antepassados.




  
"Sinto quanto é difícil escrever sobre a nossa terra, quer seja a meia dúzia de linhas dum artigo de página regionalista, quer a história geral duma nação. Pesa-me agora a primeira dificuldade; a segunda, a outros vários tem pesado. Custoso, se não impossível, ser-se objetivo, já que tudo o que diz respeito ao homem e à medida - na frase de um velho pensador - do mesmo homem…
Tornam-se imprescindíveis estas reticências porque me falta o à vontade ao escrever sobre Barril d’Alva, coisa parecida a lançar a público um autoelogio…
Salva-me em parte o facto de haver lá, como noutras povoações, um grupo de homens dedicados e voluntariosos que se deram o encargo de tornar conhecido o que há de bom, o que se faz, o que deve ainda fazer-se.
Esse “Secretariado de Propaganda Local” poupa-me o trabalho ingrato de contar – melhor seria dizer “cantar”… - as belezas e superioridade desta aldeia ribeirinha do Alva. Muito louvavelmente se vão desempenhando de tal missão e reconheço que a gratuidade dos seus esforços não é isenta de sacrifícios, de dissabores.
Mas arredado esse motivo fácil duma prosa ligeira, não vejo a que agarrar-me para continuar. Porque, enfim, isto deve ser um artigo simples, mas com ar festivo. E numa casa em festa, ai do impertinente que tirasse do bolso uns óculos e um caderno de almaço e fosse a história da habitação ou a maneira como tinha sido construída e retocada pelos sucessivos inquilinos.
Aceitando mesmo que os convivas tivessem a delicada condescendência de ouvir, não deixariam os outros, o mundo, de gritar que era o conto do gabar da noiva… Claro que o mundo ralha de tudo, coitado; é um desabafo como outro qualquer. Quer-me parecer, entretanto, que neste caso o mundo não tinha razão para falar.
Eu podia dizer bastante, com verdade e justiça, sobre as qualidades dos meus patrícios: o seu amor ao trabalho, o fiozinho sentimental que os une a todos, mesmo aos que andam perdidos por esses reinos de Cristo, a sua vontade de caminhar e progredir, vontade obscura mas tenaz, vontade de bons plebeus e camponeses, pessoas cujas mãos não servem apenas para justificar as algibeiras…
O mundo não tinha que achar mal que eu mostrasse como esta aldeia ignorada já entrava no cadastro da população de 1527 com a sua dezena de habitantes, que viveram e sofreram nos tempos da conquista da India, nos tempos de Vasco da Gama e de Albuquerque; creio que não será despropósito tecer algumas considerações sobre o caminho andado até hoje por este pequeno núcleo de gente que, sem alarde, talvez sem brilho mas com persistência, tem mantido o seu lugar ao sol. Poderia ainda dizer, se o mundo não ralhasse, que…
Mas eu prefiro que o mundo se não canse. Tanto mais que isto é um escrito particular, uma carta à família, digamos, com que os outros nada têm.
É apenas a esses patrícios que eu devo afirmar que me sinto integrado nas suas aspirações, como me sinto igual a eles no desejo de melhorar a terra onde nascemos, que é, para os nossos olhos, muito diferente das outras.
É para os que se têm batido como podem e sabem pelo progresso local que eu devo confessar que me parece estar certa a sua atividade, limitando-me apenas a insistir nesta pequena regra de ação: uma terra não pode cultivando o desconhecimento das outras e muito menos a hostilidade ou inferioridade das restantes.
Anda-se há muitos séculos a clamar que somos irmãos e a viver como se fossemos de barro diferente. Porque é que num canto onde todos se conhecem – aldeia ou comarca, tanto faz…- onde são idênticas as aspirações, há de haver fumo em vez de luz, berros em vez de palavras? Deixo à consciência de todos a ponderação e desenvolvimento deste motivo. E fico convencido de que não faço mais que tornar claro o que está implícito no ânimo de cada um dos meus patrícios, um principio que sempre os tem guiado, mas em que nunca se insiste demasiadamente…"
M.C.
Coimbra, dezembro de 1934


***


sábado, 18 de junho de 2022

O palacete dos "bonecos"

Diário do Governo n.º 57/1913, Série I de 1913-03-11 - Ministério do Interior - Direção Geral da Instrução Primária.
Portaria de 8 de Março,“(…) louvando o professor da escola do lugar do Barril e o cidadão
Joaquim Mendes Correia de Oliveira
por serviços relevantes prestados à instrução e educação cívica nacionais”

Conhecido como "prédio dos bonecos", o palacete foi construído pelo barrilense Joaquim Mendes Correia de Oliveira.  
O merecimento da sua generosidade no então denominado lugar do Barril, justifica encómios e destaque de “primeira página”, como o Governo da República reconheceu em 1913.
A Junta de Freguesia do Barril de Alva, em 1924, não deixou de lhe prestar justa homenagem ao atribuir o seu nome a uma das primeiras ruas da aldeia.
Joaquim Mendes Correia de Oliveira emigrou para Belém do Pará, no Brasil, onde fez fortuna. De regresso a Portugal, construiu de raiz um soberbo palacete na sua terra natal, ainda de pé e habitável. O edifício é conhecido como  “prédio dos bonecos” pelo facto da decoração do beirado ostentar peças de estatuária.
A talhe de foice, refira-se o pormenor de ter sido em 1911 residência temporária do ministro do Fomento da República, Brito Camacho, durante uma visita à região de Arganil.
A benemerência do nosso conterrâneo estendeu-se à construção
- do esplendoroso edifício da escola primária do Barril de Alva, em parceria com José Freire de Carvalho e Albuquerque, Abílio Nunes dos Santos e Joaquim Nunes dos Santos;
- da antiga sede da Filarmónica Barrilense (agora, depois de recuperada, acolhe um projeto cultural de inegável importância na comunidade: a Casa/Museu “OS BARRILENSES SÃO ASSIM”, frase emblemática dita vezes sem conta pelo seu filho A.I.A.C.O);
- da igreja matriz do Barril de Alva, que tem como orago S. Simão.
Infelizmente, Joaquim Mendes Correia de Oliveira faleceu relativamente novo.

O pequeno António Inácio Alves Correia de Oliveira  junto dos progenitores

Barrilense ilustre - José Quaresma Nunes dos Santos

José Quaresma Nunes dos Santos nasceu a 29 de Novembro de 1923 na aldeia de Barril de Alva. Depois de acabar a escola primária nesta localidade, com nove anos ingressa no Liceu José Falcão, em Coimbra.

Em 30 de Novembro de 1946 termina o curso de Matemáticas Puras, recusando o convite para se tornar assistente na mesma universidade; pede equivalências do seu primeiro curso e, no ano seguinte, completa Engenharia Geográfica. Começa a trabalhar para o IGC (Instituto de Geografia Cadastral) no Departamento de Geodesia, fazendo trabalhos de Triangulação, Nivelamento de Alta Precisão, efetuando várias viagens em trabalho por todo Portugal. Casa-se a 17 de Julho de 1948 com Maria Teresa das Neves de Jesus Santos Nunes dos Santos.
Sai do IGC para se juntar ao IITC (Instituto de Investigação Científica e Tropical), nomeadamente à MGM (Missão Geográfica de Moçambique) em 1953, fazendo viagens de seis em seis meses para Moçambique até 1964. Em 1964, com a saída de um Decreto-Lei acerca da permanência de alguns engenheiros (chamados residentes) nas províncias portuguesas, muda-se com a família (Mulher e filhos) para Lourenço Marques, onde permanece residente até 1974, realizando os trabalhos que já exercia no IGC, tal como Medições de Base, Gravimetria e Astronomia, agora para a MGM.
Após o regresso para Portugal mantém o seu cargo na Repartição da MGM na Praça João do Rio n.º 2, em Lisboa, sendo esporadicamente convidado para fazer trabalhos técnicos para o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), como por exemplo a manutenção de barragens, em particular a manutenção da barragem da Agueira, onde efetuava observações, até à sua morte no dia 24 de Abril de 1983.
(Recolhido por Carla Ramos, natural de Moçambique - arquiteta paisagista).
. Foto cedida gentilmente pela família Nunes dos Santos - texto de Tiago Hirth 

terça-feira, 14 de junho de 2022

"A bem da nossa terra"...

Para que conste ...

"A bem da nossa terra - pela direção da União e Progresso do Barril de Alva, o presidente,"

Adalberto Gens da Costa Simões





sexta-feira, 10 de junho de 2022

Memorial - Praça Barril de Alva


A decisão da Câmara Municipal de Almada, então presidida por Maria Emília de Sousa, conceder a honra ao Barril de Alva de fazer parte da toponímia de uma das suas freguesias, é o reconhecimento da importância da comunidade barrilense no concelho, a vários níveis, como é sublinhado durante intervenções públicas de caráter social, onde o nome da União e Progresso do Barril de Alva surge como “parceiro” de relevo nas diferentes áreas em que manifesta a sua presença ativa.
- "Quantas freguesias do país se podem orgulhar de memorial semelhante? (…) *
A extinta Junta de Freguesia do Barril de Alva, no tempo certo, por seu turno, passou a reconhecer uma das suas principais artérias como Rua Cidade de Almada.
Esta troca de gentilezas entre responsáveis autárquicos, na verdade, é muito mais do que “meras gentilezas”: irmanam as pessoas!
“(…) não há área de Almada onde não haja gente de Arganil - uma presença significativa organizada que ali mantém a ligação das suas raízes”. “Almada tem recebido gente de todo o lado, mas os de Arganil souberam granjear o nosso respeito com trabalho” - palavras de Joaquim Judas, presidente da Câmara Municipal de Almada, durante o almoço convívio no Barril de Alva em maio de 2017
-
* Excerto da intervenção do último presidente da Junta de Freguesia do Barril de Alva na Assembleia Municipal de Arganil, realizada no dia 29 de setembro de 2012, a propósito da manutenção da independência administrativa desta freguesia:
“(…) Por fim, não podia deixar de enaltecer a existência, desde 1935, da União e Progresso do Barril de Alva - instituição pioneira do regionalismo arganilense e que, para além de todas as benfeitorias sociais e económicas com que dotou o Barril de Alva, continua a apoiar a Filarmónica e a juventude da freguesia, mantém a sua sede social em permanente atividade na região de Almada, cujo Município fez erguer na freguesia do Laranjeiro uma praça a que deu o nome do Barril de Alva em homenagem às centenas de barrilenses que ajudaram a construir o concelho. Quantas freguesias do país se podem orgulhar de memorial semelhante? (…)


quarta-feira, 8 de junho de 2022

Os romanos andaram por aqui...

 Sabe-se que os povos antigos, designadamente os Romanos, exploraram o ouro no leito e nas margens do Rio Alva.


No Barril de Alva, na margem direita do rio, na Área de Serviço e Pernoita para Autocaravanas, ainda existem milhares de pedras redondas (calhaus) que formam uma CONHEIRA - (…) local onde foram amontoados seixos rolados resultantes do trabalho de exploração mineira do ouro pelos Romanos(…) - “e que muito úteis foram na construção da estrada do Barril para Coja “(António Inácio Alves Correia de Oliveira (AIACO) - “ A Comarca de Arganil”
Pela leitura de inúmeros estudos é possível localizar zonas onde surgem (…) testemunhos das lavarias de ouro em que as terras eram lavadas e as pedras redondas (calhaus) arrumados como escombros (…). 
O semanário “Campeão das Províncias”, na edição do dia 26 Agosto de 2016, com o título “Ouro - Maior área mineira de ouro do Portugal romano encontra-se ao longo do Rio Alva, no concelho de Arganil", divulgou (…) a investigação sobre mineração antiga, efetuada por investigadores do CEAACP da Universidade de Coimbra e do Consejo Superior de Investigaciones Cientificas – Madrid (…), e salientou: "(…) Os restos que revelam os trabalhos mineiros de época romana concentram-se no concelho de Arganil, ao longo do Alva, sendo esta área mineira particularmente extensa junto a Coja. Entre os vestígios arqueológicos descobertos também se encontram os de um possível acampamento militar romano" (Lomba do Canho).
Jorge de Alarcão refere a exploração mineira do Alva, colocando algumas questões relativamente à época da sua exploração, “Nas margens do rio Alva, entre Vila Cova e a confluência do Alva e do Mondego (…)" – Direção Geral do Património Cultural.
Trabalho de excelência foi elaborado pela doutora Carla Maria Braz Martins, da Universidade do Minho, Braga, em 2008, sobre A EXPLORAÇÃO MINEIRA ROMANA E A METALURGIA DO OURO EM PORTUGAL, "(…) principalmente nas margens do rio Alva (vale de Arganil)" - página 45.
-
*Texto  publicado no blog "Terras do Alva" em julho de 2017

U.P.B.A. - recuperar património

Bem andou o presidente da União e Progresso do Barril de Alva, António Silvestre (ou simplesmente, para os barrilenses, Tonecas) pela decisão de alindar a fachada do prédio contiguo à Casa/Museu, depois de ouvido o proprietário.
O Largo José Freire de Carvalho e Albuquerque, enriquecido com o secular coreto, (ex) Igreja Matriz, primeira sede da Filarmónica (agora espaço museológico, a inaugurar em breve), com mais este "pequeno" toque estético, sempre mereceu as graças da U.P.B.A., desde a sua fundação (e antes dela, a C.I.E.B.A. Comissão de Iniciativa e Embelezamento do Barril de Alva)…

terça-feira, 7 de junho de 2022

Primeira visita da Filarmónica a Lisboa


“Salve 21 de março de 1965"
"Aos barrilenses oferece JOÃO CARLOS P. SIMÕES
a foto da 1ª ida a Lisboa da sua briosa FILARMÓNICA à saída da Igreja da Encarnação, onde assistiram à missa pela alma dos barrilenses falecidos e dos seus benfeitores, e pela passagem do 30º aniversário da consagrada U.P.B.A., sendo celebrante o estimado Padre Januário”
Foto de Nery Simões


sábado, 4 de junho de 2022

Meninas ao bufete


Havia o “mandador” e o tocador de guitarra.
Os homens pagavam a entrada para o baile, as senhoras, não, quando acompanhadas – é o que as pessoas daquele tempo, de boa memória, recordam.
A mãe Natália pedia ao Américo “cigarrada”, nosso vizinho, para “…levar o miúdo”, caso fosse ao bailarico. O miúdo, é bom de ver, era eu, com falta de jeito para a arte da dança, ao contrário da Tété, menina da minha idade (oito, nove anos?).
Às vezes, a Tété, danada para a brincadeira, puxava-me o braço…
- Anda, vamos dançar – e “rebocava-me” para ao meio da sala…
Apertos e “pés trocados” durante algum tempo era o bastante para voltar ao lugar de onde apreciava o gingar dos pares…
Sem talento para acertar o passo, “aquele baile” não era do meu agrado, confesso…
O “meu baile” preferido tinha música ao vivo e a voz do “mandador”, que “dava ordens” aos dançarinos: “vira para a esquerda, vira para a direita… voltinha atrás de voltinha…”- toda a gente cumpria as regras do “baile mandado” com sorrisos e, acredito, felizes pela festa.
… O melhor de tudo era quando o “mandador/mandava” as…
- Meninas ao bufete!
Era o momento dos bolinhos secos e molhar a garganta, dançarinos e público em geral, eu incluído.
- Ó Américo, olha-me pelo miúdo, compra-lhe um bolo, depois eu dou-te o dinheiro - era a mãe Natália nos seus cuidados…
-
A guitarra do “baile mandado” daquele tempo, durante largas décadas, esteve na posse dos “Bernardos”- agora repousa em cima da minha mesa, à espera de outro Bernardo - o Avelino -, que lhe vai “puxar o lustro”.
… Depois irá ocupar um dos lugares de honra da “Casa/Museu”.
Gratidão ao Armando Bernardo pela gentileza do gesto…
CR

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Filarmónica Barrilense - os primeiros executantes sob a batuta de António Augusto



Existe o conhecimento da fundação da S.F.B., do seu mentor, José Monteiro de Carvalho e Albuquerque, amante da arte musical e primeiro instrutor/professor do Grupo Musical a que deu "corpo e alma", mas havia silêncio sobre os passos que se seguiram; na verdade, os silêncios eram infundados - basta subir ao primeiro andar da sede da Associação Filarmónica Barrilense e conhecer, pela leitura, como (quase) tudo aconteceu: a reportagem do jornal "A Comarca de Arganil", quando a instituição completou cinquenta anos de vida, relata factos, cita nomes e dá uma "ajuda" sobre o "desconhecido" António Augusto, mestre da Banda:
- “Sob a regência de António Augusto, compôs-se o primeiro agrupamento musical (da Quinta de Santo António), que mais tarde seria a Sociedade Filarmónica Barrilense. Faziam parte desse grupo: José Maria de Paiva, José Candosa, José Luiz Quaresma, Francisco Simões, José Correia, António de Brito Simões, António Rijo (…), Francisco Rijo, António Joaquim, Albano de Brito Simões e Joaquim do Vale.
A sua estreia, fora da terra, para abrilhantar uma festividade, foi a de Santo Cristo, de Pinheiro (...)”.
       José Valentim
Justa referência são as palavras dirigidas a José Valentim dos Santos Leal - comerciante e correspondente de Imprensa no Barril de Alva- “… nome que está ligado à Sociedade Filarmónica Barrilense há muitos anos, foi o seu “cérebro” durante vinte anos; homem preponderante, de um valor inexcedível adentro dos organismos barrilenses…”.
(Luiz Ferreira, reportagem do jornal "A Comarca de Arganil" pela passagem do cinquentenário da S.F.B.)
A.F. Cruz
-





Da minha lavra, dou à estampa a figura e o nome de A.F. Cruz, que (também) foi maestro da S.F.B., pelo menos no ano de 1927.
…O leitor, “por obra do acaso”, conhece o Museu da Associação Filarmónica Barrilense?
CR