SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO BARRIL DE ALVA - FONTES: ”AIACO” - A COMARCA DE ARGANIL- GENI.COM - CLARINDA GOUVEIA - P. ANTÓNIO DINIS - “ECOS DO ALVA” – U.P.B.A.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Descendência de Brás Garcia de Mascarenha na História do Barril de Alva





Em busca das origens do Barril de Alva, li (e reli!) dezenas de páginas que referenciam personalidades ligadas à “Casa do Barril”, vulgarmente conhecida por Quinta de Santo António.
O Barril (de Alva) está umbilicalmente ligado à antiquíssima Vila Cova de Alva; como não podia deixar de ser, debrucei-me sobre a sua História e, a dado passo, encontrei uma figura “conhecida” de outras buscas:
Bento José Freire de Faria de Sequeira Geada, filho de José Freire de Sequeira Coelho Neves de Faria Geada Costa de Abreu, senhor da Casa do Barril, nasceu no dia 13 de janeiro 1753 e faleceu com apenas quinze anos, em 1768, deixando viúva Isidora Bernarda Joaquina das Neves e Abreu, nascida no dia 6 de junho de 1738 em São Martinho do Bispo.

 OS PRIMEIROS (?) "FREIRES"
Estas figuras da História devem ser os primeiros “Freires” de uma longa lista dos “senhores da Casa do Barril”, a quem se iriam juntar os “Albuquerques” vindos de longe, como é dito num outro texto”:
(...) Convém esclarecer que estes Albuquerques não são os tratados neste tópico (Albuquerques de Côja). Os do Barril vieram diretamente de Tourais (Seia) em meados do séc. XIX e constituem um ramo dos da Casa do Arco em Viseu, sobre os quais há muita literatura”.
Perante estes dados, é de concluir que:
- 1. A Casa do Barril, provavelmente, foi construída nos finais do século XVII;
- 2. O clã dos “Freires “ eram os seus donos e senhores.

DEPOIS, CHEGARAM OS "ALBUQUERQUES"
Os passos seguintes, por mero acaso, levaram - me ao encontro de uma insigne personalidade da História de Portugal: Brás Garcia de Mascarenhas - aventureiro, guerreiro e poeta, autor do poema épico "Viriato Trágico - nasceu e morreu numa das vilas mais bonitas do vale do rio Alva -Avô (03 -02-1596 / 08 -08-1656).
A leitura de parte da obra “BRÁS GARCIA DE MASCARENHAS: estudo de investigação histórica”, do dr. António de Vasconcelos, publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra em 1922, encaminhou-me para um capítulo onde consta que:
"(...) o Dr. Simão Garcia de Mascarenhas, que foi casar em Tourais com D. Catarina Garcia; deste casal descendem os Albuquerques das casas do Barril , do Arco (Viseu) e das Obras (Seia), etc (…) .
Chegado a este ponto, foi fácil encontrar o “fio à meada”:
- “O filho (de Bento José Freire de Faria de Sequeira Geada) dr. José Freire de Faria Sequeira Coelho, capitão-mor de Vila Cova, (morreu em 1855), casou com D. Maria do Carmo de Sampaio de Albuquerque, natural de Tourais, concelho de Seia. Após o casamento, foram residir para a casa dos seus pais na Quinta de Santo António em maio de 1831...

Excerto do texto:

“BRÁS GARCIA DE MASCARENHAS: estudo de investigação histórica”,
do dr. António de Vasconcelos, publicado pela Imprensa da 
Universidade de Coimbra em 1922

“(…) Lá vivia em Folhadosa, entre outros parentes, António Garcia, filho de Marcos Garcia e de Elena Esteves do Ervedal, e neto do velho Marcos Garcia de Mascarenhas e de Brites Marques. Casara com sua prima Ana Marques, de Torrosêlo, que na época da chegada de Brás já ha\ia tido seis filhos, cinco dos quais eram vivos; e ainda vieram depois aumentar a família mais dois, o PVancisco e o Simão. Passando em silêncio os mais velhos, de quem descendem os actuais representantes de algumas famílias distintas da Beira; notarei que Francisco Garcia de Mascarenhas, nascido poucos meses depois do regresso de seu primo Brás Garcia, veio a casar aos 40 anos de idade, a 10 de outubro de 1678, com D. Maria Coelho de Sousa, de Seia ^,e fundou o importante vínculo de Folhadosa, cujos bens hoje pertencem ao senhor António Vieira de Tovar de Magalhães e Albuquerque (Molelos)," neto por varonia de Francisco Garcia de Mascarenhas, de quem descende também, mas por linha feminina, o compilador destas noticias. O mais novo dos irmãos era o Dr. Simão Garcia de Mascarenhas, que foi casar a Tourais com D. Catarina Garcia; deste casal descendem os Albuquerques das casas do Barril, de Freinêda, do Arco (Viseu) e das Obras (Seia), etc (…)
___
CR
...

ÁRVORE GENEALÓGICA


quinta-feira, 3 de abril de 2025

Atividade do Batalhão Escolar em 1913

 

A FESTA DA ÁRVORE realizou-se pela primeira vez em Portugal no  dia 9 de Março de 1913. A Comarca de Arganil, na sua edição do dia 13 do mesmo mês, relata com pormenor o acontecimento, com honras de destaque alargado  na primeira página.


A oliveira da China, plantada no dia 9 de março de 1913, continua de pé
e faz parte das memórias de todos os alunos da Escola Primária, principalmente dos que praticavam o jogo do pião
 

No Barril, foi  assim:

“Às 11 horas do dia 9 de março de 1913, reuniram-se os alunos das duas escolas, cantando o Hino Nacional.
Em seguida, foi feita e entrega de uma bandeira ao Batalhão Escolar pelos srs Nunes dos Santos, proprietários dos Grandes Armazéns do Chiado, (um dos quais já falecido) e feita uma alocução à Bandeira pelo professor. Depois, formou o Batalhão Escolar indo em frente as meninas que conduziam as árvores, seguindo o cortejo para o terraço da nova escola, onde foram plantadas uma oliveira da China, um pessegueiro de Santo António e duas macieiras, sendo no final da plantação da cada árvore recitadas pelos alunos poesias alusivas ao ato e cantado o Hino Nacional e das Escolas – depois, alocução pelo professor e parada de ginástica sueca, voltando o cortejo à escola onde lhe foi servido um “lanche” pelo sr. Albano Nunes dos Santos e professores desta localidade. Durante o cortejo estralejaram algumas dúzias de foguetes”.

Em Pinheiro de Coja foi inaugurado o novo edifício escolar, mandado construir por iniciativa particular.
A “Comarca de Arganil” deu conta da cerimónia, salientando que, além de outros convidados, esteve presente ao ato solene o Secretário da Instrução, e “…as bem reputadas Filarmónicas de Gois e Barril, indo esta à frente dos alunos da escola da sua terra que se apresentaram uniformizados e armados, com o seu rico estandarte, o Batalhão Escolar do Barril, que fizeram a guarda de honra…”.
AIACO, no texto, refere que “muitas mais notícias relacionadas com o Batalhão Escolar podíamos trazer ao conhecimento dos nossos conterrâneos, mas o que escrevemos dá uma ideia, embora resumida, do que foi esta iniciativa junto dos alunos da escola do Barril, escola sediada na casa do Sr. José Monteiro (1)…”.
AIACO termina a crónica com a informação de que “o dr. Alberto Martins de Carvalho, nosso ilustre conterrâneo e que durante anos foi conceituado professor na Universidade de Coimbra e nos liceus de muitas cidades do País, foi o primeiro comandante do Batalhão Escolar do Barril”.

O espaço do rés do chão da casa, durante largo tempo, foi utilizado como “sala de ensaio” da Filarmónica e Escola Primária até à inauguração do majestoso edifício escolar mo dia 8 de junho de 1913

(1) José Monteiro de Carvalho e Albuquerque, senhor da Casa do Barril, fundou a Sociedade Filarmónica Barrilense em 5 de novembro 1894, (…) e mandou construir um bonito e airoso edifício para nele habitar – infelizmente tal nunca aconteceu.
*
Os textos en itálico e as referências ao Batalhão Escolar fazem parte da  crónica "Presença do Barril de Alva", escrita por António Inácio Alves Correia de Oliveira - AIACO

sexta-feira, 28 de março de 2025

Os meninos do Batalhão Escolar do Barril (de Alva)

Escola Primária do Barril (de Alva)
inaugurada no dia 8 de junho de 1913

Na escola primária, aos 8 anos, aprendi a ler, escrever e a fazer contas - a reboque dos ensinamentos caseiros, as matérias não eram de todo desconhecidas, graças aos ensinamentos da avó Virgínia e da mãe Natália, mas a professora Georgina, com outros saberes e métodos, fazia de nós, os alunos, “pequenos génios”…
A sala de aulas era enorme e tinha uma arrecadação para guardar “coisas” sem uso. Um dia espreitei o interior e vi duas ou três “espingardas” de madeira.
Quando vi as "armas", possivelmente pensei;
- Devem ser brinquedos comprados na feira de Lourosa... 
Mais tarde, alguém me disse que, antigamente, os meninos da minha escola, fardados a rigor,  “marchavam” com aquelas “espingardas a fingir”! “Sonhei” com a brincadeira, bem diferente do jogo do pião, das corridas de arco com gancheta e das futeboladas durante o recreio.
Recentemente, durante  nova consulta aos documentos do espólio literário de uma personalidade que enalteceu a comunidade barrilense, António Inácio Alves Correia de Oliveira - AIACO, encontrei uma das suas crónicas que, periodicamente, publicava na “Comarca de Arganil”, que transcrevo:

O Batalhão Escolar marcou presença na época

Brinquedo semelhante às "epingardas" do Batalhão Escolar

”(,,,) Ora esta passagem fez-nos recordar a existência de um Batalhão Escolar que houve no Barril de 1913 a 1918 e que era composto de alunos daquela localidade (…). Evidentemente esta recordação serve sim - é esta a nossa intenção – para mostrar o que há mais de 50 anos se fez na nossa terra”.
“Esta notícia foi transcrita de A Comarca:
- “Mas o que se fez no Barril na altura, uma povoação da freguesia de Vila Cova, no concelho de Arganil, chegou ao conhecimento do Governo da Nação, que louvou publicamente os promotores de tão patriótica iniciativa, pelo que transcrevemos de A Comarca de 20 de março de 1913 a seguinte notícia:
PORTARIA DE LOUVOR

“ O Diário do Governo de 13 de março corrente, publicava a portaria que com o maior prazer publicamos:

“Tendo o professor da escola primária do lugar do Barril, freguesia de Vila Cova do Alva, concelho de Arganil, organizado um Batalhão Escolar composto de 50 alunos da escola da sua regência, no que foi auxiliado por diferentes indivíduos, especialmente pelo cidadão Joaquim Mendes Correia de Oliveira e por Joaquim Nunes dos Santos, já falecidos, os quais para tal fim concorreram com importantes quantias.
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Interior, que sejam publicamente louvados o professor da escola do Barril e o cidadão Joaquim Mendes Correia de Oliveira pelo ato de benemerência que praticaram e em que se manifesta o seu interesse pelo desenvolvimento da instrução e educação cívica nacional".

Paço do Governo da República, em 8 de março de 1913 – o Ministro do Interior, Rodrigo José Rodrigues”.
CR
*
- Mais pormenores sobre o Batalhão Escolar a publicar em breve…




domingo, 19 de janeiro de 2025

Praça Alberto Martins de Carvalho


(...) O “milagre” que fez do Barril de Alva uma freguesia quase centenária foi obra de barrilenses a quem devemos preito quando percorremos as suas ruas largas e arejadas, contemplamos os fontanários, o coreto, a Igreja e as Capelas, a extinta Casa do Povo, o magnifico edifício da antiga escola, a sede da Filarmónica, o Centro de Dia, o Cemitério… e conhecemos a História do antigo lugar do Barril.

- À mãe Natureza agradecemos o “nosso” rio Alva.

***